Avaliação
das aprendizagens
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ser cooperativa, envolvendo aluno, professor, pais
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Avaliação
formativa
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Avaliação
sumativa
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- controladora e planeadora,
assente num projeto pedagógico;
- carácter permanente e
intercalar;
- diagnóstica ou/e personalizada;
- consequente (de forma a aferir
dificuldades que se repercutem para serem corrigidas imediatamente);
- pode ser informal (ou mais
forma);
- ainda vista como qualitativa.
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- classificatória, assumindo a
“soma”;
- é normativa;
- carácter sistemático (prevista
no plano de trabalho do docente) e final;
- sustentada na avaliação
formativa;
- encarada como quantitativa, que
permite posicionar o aluno relativamente aos objetivos;
- consiste na formulação de um
juízo globalizante, com o objetivo da certificação, fornecendo
um balanço de resultados no final de um segmento do processo de
ensino-aprendizagem.
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Ferramentas pedagógicas
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Nas disciplinas
de Português e de História e Geografia de Portugal, que leciono, a avaliação
formativa tem, a meu ver, um papel de normalização permanente do processo de
ensino-aprendizagem, ou seja, pretende essencialmente assegurar, a todo o
momento, a adequação desse processo à minha realidade, à realidade do grupo-turma,
do aluno em particular, e também à realidade dos recursos existentes e que
disponho. A avaliação formativa permite-me “seguir” de perto o aluno e as suas
aprendizagens, ao longo de cada período ou sequência formativa, identificando
os pontos fortes e fracos, com o objetivo de fornecer orientações e ou
motivações para o prosseguimento e para sucesso da aprendizagem de cada aluno e
da turma, em geral.
As decisões que resultam
da avaliação formativa são de ordem pedagógica, contínuas, mutáveis e nunca são
definitivas. Elas pretendem dar a conhecer ao aluno, aos pais do aluno e a mim
sobre o que está a “correr” bem ou possa ser necessário corrigir ou melhorar e quais
as medidas a tomar para continuar e melhorar, para que repercutam na avaliação
sumativa.
Os procedimentos
que tomo e sigo na recolha de informação e de dados no âmbito da avaliação
formativa passam pela observação direta e repetida do desempenho do aluno/turma em aula; pela
correção e verificação em sala de aula dos trabalhos realizados pelos alunos
(por exemplo, os vulgos TPC’s, comentários de textos,
questionários interpretativos orais e escritos, redações de textos escritos
livres ou condicionados, resumos, fichas de conteúdos gramaticais, etc.); pelas
intervenções de carácter oral voluntárias ou sugestionadas em debates, discussões
ou exposições orais; pelas fichas de leitura de livros do Plano Nacional de
Leitura e fichas de compreensão da leitura de textos de diversa natureza; pelas
atividades práticas de escrita (redação de cartas e comentários a textos,
imagens ou músicas e filmes, de inquéritos ou de fichas); pela aplicação de
fichas que permitam comprovar a aquisição de conteúdos específicos; pelo
acompanhamento, verificação e observação dos cadernos diários; por facultar fichas
de autoavaliação ao aluno, que permitam a construção da “imagem” de um perfil
do desempenho expectável, permitindo, ao aluno, identificar, por si próprio, os
seus pontos fortes e fracos e proceder aos ajustes que avalia como urgentes e fundamentais.
Com estes procedimentos e elementos
da avaliação formativa, pretendo privilegiar o aluno, promovendo e
contribuindo, com regularidade, para a sua autonomia e sucesso
escolar/formativo. É claro que tudo isto permite-me, enquanto pedagogo, a
adoção de medidas que ajudem a superar, a melhorar e a continuar todo o
processo de ensino-aprendizagem, dando-me também informação sobre o meu próprio
trabalho.
Com a condução das atividades
formativas para a avaliação sumativa, estas permitem-me prever
atividades/estratégias de desenvolvimento para os alunos que têm um aproveitamento
superior ao esperado, como também planificar práticas de reforço para alunos
que manifestem algumas dificuldades. Para os alunos com dificuldades
significativas, a avaliação formativa permite-me a conceção de atividades
corretivas e suplementares, solicitando, se for o caso, de apoio individual.
Quero ainda
mencionar que tendo em consideração, que a avaliação sumativa consiste num
balanço daquilo que o aluno aprendeu e cujo se exige que seja globalizante,
esta deve espelhar a súmula das aprendizagens formativas de conhecimentos,
competências, capacidades e atitudes do aluno. Assim, a avaliação sumativa das disciplinas
deve, necessariamente, incidir nos domínios de conhecimento da respectiva disciplina.
Saliento que dever-se-á recorrer a processos diversificados de avaliação, sendo
o clássico teste escrito/exame apenas um dos vários instrumentos, mas não o
único, nem o favorecido.
Como professor
contratado, quando chego a uma nova escola (local de trabalho) já estão
definidos os critérios de avaliação da disciplina, pois em muitas das escolas
em que tenho lecionado, este documentos (re)constrói-se no final ano letivo, de
forma a entrar em vigor no ano letivo seguinte.
Os documentos de
critérios de avaliação de disciplinas foram elaborados de acordo com os
Programas e Metas Curriculares do Português e de História e Geografia de
Portugal, emanados pela Direção-Geral de Educação, por ciclo de ensino/ano de
escolaridade (ou nível se for o caso do Português Língua Não Materna, de acordo
com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas). Este trabalho fez-se
em grupo com todos os professores do grupo disciplinar e teve em consideração
os domínios e as competências, as capacidades e os conhecimentos, as atitudes e
os comportamentos. Durante a elaboração dos critérios de avaliação foram
definidos os elementos de avaliação e explícitas também as ponderações em
percentagens atribuídas a cada item referido anteriormente. Uma vez elaborado,
este documento teve de ser aprovado pelo Conselho Pedagógico da Escola de forma
a ser implementado de forma válida.
Neste documento
consta que os critérios gerais de avaliação devem-se aplicar em todas as
situações, exceto em casos específicos como os cursos que têm regulamentos
próprios (exemplo – Cursos Profissionais ou Vocacionais e de Educação e
Formação de Adultos). Mais, as classificações atribuídas em final de período
devem refletir sempre as avaliações dos períodos anteriores, à exceção dos
casos específicos. De forma a envolver os pais e os alunos na avaliação,
segue-se a obrigatoriedade de registo, nos enunciados dos testes, da cotação
atribuída a cada pergunta e, nas folhas de resposta, a classificação atribuída
a cada resposta, bem como os alunos devem ser informados, pelo professor da
disciplina, sobre as datas de realização dos testes e outros instrumentos de
avaliação. Todos os trabalhos e testes, depois de classificados, devem ser
entregues aos alunos antes das reuniões de avaliação previstas pela legislação
em vigor.
No âmbito do
processo de definição dos critérios de avaliação, sabemos que estes constituem,
em si, referenciais comuns, de cada escola, sendo operacionalizados pelo
conselho de turma. Cabe à direção da escola garantir a divulgação dos critérios
de avaliação junto dos alunos e encarregados de educação.
Contudo, é de
salientar, em muitos casos que estes critérios referem-se “quase” apenas à
avaliação sumativa, descurando a avaliação formativa, apesar de haver e ser
cada vez mais relembrado que esta deva ser contemplada nos documentos de
critérios de avaliação pela sua maior importância no processo de
ensino-aprendizagem. A avaliação formativa é uma importantíssima modalidade de
avaliação, assumindo um caráter contínuo, tendo em vista a regulação do processo
de ensino-aprendizagem. Para o efeito, ela deve recorrer a uma enorme
diversidade de instrumentos de recolha de informação, em função da natureza das
aprendizagens e dos contextos em que ocorrem. A avaliação formativa fornece, ao
professor, ao aluno, ao encarregado de educação e aos restantes intervenientes,
informação sobre o desenvolvimento das aprendizagens e das competências dos
alunos, de forma a permitir a revisão e melhoria dos processos de trabalho. A
avaliação formativa é da responsabilidade de cada docente, em diálogo
permanente com os alunos e em colaboração com os outros professores, quer do
conselho de turma, quer do grupo disciplinar, quer ainda, quando necessário,
com os serviços especializados de apoio educativo e os encarregados de
educação.
O sucesso de uma
escola tem de ter os critérios de avaliação bem estabelecidos e devidamente
compreendidos por todos os intervenientes (professores, alunos e encarregados
de educação) em função do que é oficializado nos programas e metas e no projeto
curricular de escola.
Os critérios de avaliação procuram a objetividade e
utilizam dados de natureza quantitativa que, em geral, são recolhidos através
de uma diversidade de instrumentos. É uma abordagem que normalmente se diz
baseada no pensamento criterial. O seu principal problema reside precisamente
na definição de critérios que traduzam o que é verdadeiramente relevante para o
que supostamente se pretende avaliar. Esta é, no entanto, a abordagem mais
difundida e mais enraizada.
Os professores
devem assumir a grande responsabilidade na definição dos critérios de
avaliação, dado o seu papel ativo ao longo do processo de ensino-aprendizagem.
Assim, o combate ao trabalho individual, isolado e solitário do professor deve
ser posto para trás, uma vez que a formulação de critérios de avaliação exige a
colaboração, o trabalho cooperativo, a discussão e a problematização.
Os critérios de
avaliação usados pelos professores devem concordar com os apresentados (para os
próprios professores e para os alunos), devendo ser garantida a coincidência
entre aquilo que é ensinado e aquilo que é deveras avaliado.
Referências bibliográficas:
DE KETELE, J.‐M. (2006). Caminhos para a avaliação de
competências. Revista Portuguesa de Pedagogia. 40(3). 135‐147.
FERNANDES, D. (2011). Avaliar para melhorar as aprendizagens: Análise e
discussão de algumas questões essenciais. In I. Fialho e H. Salgueiro (Eds.),
Turma Mais e sucesso escolar: Contributos teóricos e práticos, pp. 81107.
Évora: Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de
Évora.
PINTO, J. & SANTOS, L. (2006). A avaliação numa perspectiva
formativa. In J. Pinto & L. Santos, Modelos de Avaliação das
Aprendizagens (pp. 97‐128). Lisboa: Universidade Aberta.
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