A diversidade
social vivida em sala de aula é fruto dos naturais processos de migração. Esta
pode e deve significar riqueza cultural, abrindo horizontes a mentalidades, hábitos
e histórias que até então nos eram desconhecidas.
Todavia, este
percurso de inclusão nem sempre é linear, e esta aceitação daquilo que nos é
novo, pode causar a estranheza e conduzir à violência, muitas vezes como forma
de expressão de autodefesa.
No propósito de
minimizar comportamentos que à nossa realidade nos parecem desviantes, o
sistema de ensino português organizou dois métodos facilitadores: as escolas
TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) e os GAAF (Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família). Nestes espaços o professor coabita com técnicos de intervenção
social, cujo o principal objetivo é compreender, incluir e principalmente
motivar os alunos - provenientes de culturas onde a escola muitas vezes não é a
prioridade - a encarar a escola como um
espaço de aprendizagem e de aculturação.
Aqui, a escola
não é exclusiva do professor e do aluno. Aqui, a escola é um espaço de pura
integração e inclusão. O professor tem a sua natural responsabilidade como
agente social de integrar e incluir, mas aqui dadas as realidades muitas vezes
extremas pelas suas dificuldades no espaço envolvente, o professor é apoiado
com outros profissionais mais dedicados ao serviço social: não se trata só do
aluno como individuo, é muitas vezes necessário trabalhar com a família, quando
esta está presente.
A realidade é
que nem todos os professores se sentem preparados para enfrentar estas
realidades. Outros há que pura e simplesmente não querem viver ou trabalhar
nestes espaços onde os desafios muitas vezes estão fora da sala de aula: estão
nos corredores, nos intervalos, à porta da escola, onde os episódios de
violência são por vezes mais frequentes do que se desejaria.
Os problemas são
diários e variados, todavia a solução está num único ponto: no aluno. É por ele
que os agentes educativos existem, e é por ele que todos os profissionais devem
trabalhar, incluindo as suas famílias e respeitando as suas diferenças
culturais.
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