200
segunda-feira, 11 de julho de 2016
sábado, 18 de junho de 2016
Reflexão final
Ao longo deste desafio
chamado “Curso de Profissionalização em Serviço” realizei diversas
aprendizagens e o caminho, que foi longo e exaustivo, fez-se caminhando, não deixando de ser gratificante e
imprescindível para a minha formação enquanto professor.
Apesar de, com o
objetivo de desenvolver um trabalho cooperativo e colaborativo, ao longo do meu
percurso profissional já ter trabalhado com variadas plataformas, como o Moodle
ou o Facebook ou o famosíssimo “mail”
do professor e da turma (isto é, claro, com o objectivo de fortalecer nos alunos
a autonomia, o espírito crítico, a motivação e a curiosidade), a elaboração deste
Portefólio Digital, em formato de Blog 200 foi uma novidade e estimulante
desafio. Nele inclui as aprendizagens e
os conhecimentos que tive a oportunidade de ir desenvolvendo ao longo do curso,
nas diversas Unidades Curriculares, e que considerei fundamentais partilhar. Mais,
inclui também reflexões de textos e de práticas, postei (neologismo que passei a usar) motivos que fomentam o
estímulo ao saber e à aprendizagem, como vídeos ou breves imagens. Para além
das área disciplinares, em si, do grupo de docência 200, pretendi com o Blog 200 expor textos que fomentem
a promoção de valores da cidadania e de
inclusão bem como das regras de convivência social, tal como a educação transversal
a outras áreas do saber e alguns exemplos de abordagens pedagógicas ditas não
tradicionais.
Quero
agradecer aos colegas pelo incentivo e pela
partilha.
Quero agradecer à minha família, aos meus amigos por, às vezes, apenas
com um singelo gesto ou uma simples palavra, que me ajudaram a nunca parar.
Quero agradecer aos meus filhos que me apoiaram sempre com um
sorriso, mesmo quando não entendiam, porque não lhes dava a merecida atenção.
Quero agradecer a todos os professores e, em especial, aos professores
Branca Santos e J. António Moreira.
Quero agradecer a todos os meus alunos.
Quero agradecer às minhas três A’s: Alda, Alexandra e Ana.
Seminário
de Prática Pedagógica – Português, Estudos Sociais e História (200) – 11059_15_200
Discente: Pedro Miguel Solitário da Glória
n.º 1501237
Sobre a avaliação...
Avaliação
das aprendizagens
|
|
-
ser cooperativa, envolvendo aluno, professor, pais
|
|
Avaliação
formativa
|
Avaliação
sumativa
|
- controladora e planeadora,
assente num projeto pedagógico;
- carácter permanente e
intercalar;
- diagnóstica ou/e personalizada;
- consequente (de forma a aferir
dificuldades que se repercutem para serem corrigidas imediatamente);
- pode ser informal (ou mais
forma);
- ainda vista como qualitativa.
|
- classificatória, assumindo a
“soma”;
- é normativa;
- carácter sistemático (prevista
no plano de trabalho do docente) e final;
- sustentada na avaliação
formativa;
- encarada como quantitativa, que
permite posicionar o aluno relativamente aos objetivos;
- consiste na formulação de um
juízo globalizante, com o objetivo da certificação, fornecendo
um balanço de resultados no final de um segmento do processo de
ensino-aprendizagem.
|
Ferramentas pedagógicas
|
Nas disciplinas
de Português e de História e Geografia de Portugal, que leciono, a avaliação
formativa tem, a meu ver, um papel de normalização permanente do processo de
ensino-aprendizagem, ou seja, pretende essencialmente assegurar, a todo o
momento, a adequação desse processo à minha realidade, à realidade do grupo-turma,
do aluno em particular, e também à realidade dos recursos existentes e que
disponho. A avaliação formativa permite-me “seguir” de perto o aluno e as suas
aprendizagens, ao longo de cada período ou sequência formativa, identificando
os pontos fortes e fracos, com o objetivo de fornecer orientações e ou
motivações para o prosseguimento e para sucesso da aprendizagem de cada aluno e
da turma, em geral.
As decisões que resultam
da avaliação formativa são de ordem pedagógica, contínuas, mutáveis e nunca são
definitivas. Elas pretendem dar a conhecer ao aluno, aos pais do aluno e a mim
sobre o que está a “correr” bem ou possa ser necessário corrigir ou melhorar e quais
as medidas a tomar para continuar e melhorar, para que repercutam na avaliação
sumativa.
Os procedimentos
que tomo e sigo na recolha de informação e de dados no âmbito da avaliação
formativa passam pela observação direta e repetida do desempenho do aluno/turma em aula; pela
correção e verificação em sala de aula dos trabalhos realizados pelos alunos
(por exemplo, os vulgos TPC’s, comentários de textos,
questionários interpretativos orais e escritos, redações de textos escritos
livres ou condicionados, resumos, fichas de conteúdos gramaticais, etc.); pelas
intervenções de carácter oral voluntárias ou sugestionadas em debates, discussões
ou exposições orais; pelas fichas de leitura de livros do Plano Nacional de
Leitura e fichas de compreensão da leitura de textos de diversa natureza; pelas
atividades práticas de escrita (redação de cartas e comentários a textos,
imagens ou músicas e filmes, de inquéritos ou de fichas); pela aplicação de
fichas que permitam comprovar a aquisição de conteúdos específicos; pelo
acompanhamento, verificação e observação dos cadernos diários; por facultar fichas
de autoavaliação ao aluno, que permitam a construção da “imagem” de um perfil
do desempenho expectável, permitindo, ao aluno, identificar, por si próprio, os
seus pontos fortes e fracos e proceder aos ajustes que avalia como urgentes e fundamentais.
Com estes procedimentos e elementos
da avaliação formativa, pretendo privilegiar o aluno, promovendo e
contribuindo, com regularidade, para a sua autonomia e sucesso
escolar/formativo. É claro que tudo isto permite-me, enquanto pedagogo, a
adoção de medidas que ajudem a superar, a melhorar e a continuar todo o
processo de ensino-aprendizagem, dando-me também informação sobre o meu próprio
trabalho.
Com a condução das atividades
formativas para a avaliação sumativa, estas permitem-me prever
atividades/estratégias de desenvolvimento para os alunos que têm um aproveitamento
superior ao esperado, como também planificar práticas de reforço para alunos
que manifestem algumas dificuldades. Para os alunos com dificuldades
significativas, a avaliação formativa permite-me a conceção de atividades
corretivas e suplementares, solicitando, se for o caso, de apoio individual.
Quero ainda
mencionar que tendo em consideração, que a avaliação sumativa consiste num
balanço daquilo que o aluno aprendeu e cujo se exige que seja globalizante,
esta deve espelhar a súmula das aprendizagens formativas de conhecimentos,
competências, capacidades e atitudes do aluno. Assim, a avaliação sumativa das disciplinas
deve, necessariamente, incidir nos domínios de conhecimento da respectiva disciplina.
Saliento que dever-se-á recorrer a processos diversificados de avaliação, sendo
o clássico teste escrito/exame apenas um dos vários instrumentos, mas não o
único, nem o favorecido.
Como professor
contratado, quando chego a uma nova escola (local de trabalho) já estão
definidos os critérios de avaliação da disciplina, pois em muitas das escolas
em que tenho lecionado, este documentos (re)constrói-se no final ano letivo, de
forma a entrar em vigor no ano letivo seguinte.
Os documentos de
critérios de avaliação de disciplinas foram elaborados de acordo com os
Programas e Metas Curriculares do Português e de História e Geografia de
Portugal, emanados pela Direção-Geral de Educação, por ciclo de ensino/ano de
escolaridade (ou nível se for o caso do Português Língua Não Materna, de acordo
com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas). Este trabalho fez-se
em grupo com todos os professores do grupo disciplinar e teve em consideração
os domínios e as competências, as capacidades e os conhecimentos, as atitudes e
os comportamentos. Durante a elaboração dos critérios de avaliação foram
definidos os elementos de avaliação e explícitas também as ponderações em
percentagens atribuídas a cada item referido anteriormente. Uma vez elaborado,
este documento teve de ser aprovado pelo Conselho Pedagógico da Escola de forma
a ser implementado de forma válida.
Neste documento
consta que os critérios gerais de avaliação devem-se aplicar em todas as
situações, exceto em casos específicos como os cursos que têm regulamentos
próprios (exemplo – Cursos Profissionais ou Vocacionais e de Educação e
Formação de Adultos). Mais, as classificações atribuídas em final de período
devem refletir sempre as avaliações dos períodos anteriores, à exceção dos
casos específicos. De forma a envolver os pais e os alunos na avaliação,
segue-se a obrigatoriedade de registo, nos enunciados dos testes, da cotação
atribuída a cada pergunta e, nas folhas de resposta, a classificação atribuída
a cada resposta, bem como os alunos devem ser informados, pelo professor da
disciplina, sobre as datas de realização dos testes e outros instrumentos de
avaliação. Todos os trabalhos e testes, depois de classificados, devem ser
entregues aos alunos antes das reuniões de avaliação previstas pela legislação
em vigor.
No âmbito do
processo de definição dos critérios de avaliação, sabemos que estes constituem,
em si, referenciais comuns, de cada escola, sendo operacionalizados pelo
conselho de turma. Cabe à direção da escola garantir a divulgação dos critérios
de avaliação junto dos alunos e encarregados de educação.
Contudo, é de
salientar, em muitos casos que estes critérios referem-se “quase” apenas à
avaliação sumativa, descurando a avaliação formativa, apesar de haver e ser
cada vez mais relembrado que esta deva ser contemplada nos documentos de
critérios de avaliação pela sua maior importância no processo de
ensino-aprendizagem. A avaliação formativa é uma importantíssima modalidade de
avaliação, assumindo um caráter contínuo, tendo em vista a regulação do processo
de ensino-aprendizagem. Para o efeito, ela deve recorrer a uma enorme
diversidade de instrumentos de recolha de informação, em função da natureza das
aprendizagens e dos contextos em que ocorrem. A avaliação formativa fornece, ao
professor, ao aluno, ao encarregado de educação e aos restantes intervenientes,
informação sobre o desenvolvimento das aprendizagens e das competências dos
alunos, de forma a permitir a revisão e melhoria dos processos de trabalho. A
avaliação formativa é da responsabilidade de cada docente, em diálogo
permanente com os alunos e em colaboração com os outros professores, quer do
conselho de turma, quer do grupo disciplinar, quer ainda, quando necessário,
com os serviços especializados de apoio educativo e os encarregados de
educação.
O sucesso de uma
escola tem de ter os critérios de avaliação bem estabelecidos e devidamente
compreendidos por todos os intervenientes (professores, alunos e encarregados
de educação) em função do que é oficializado nos programas e metas e no projeto
curricular de escola.
Os critérios de avaliação procuram a objetividade e
utilizam dados de natureza quantitativa que, em geral, são recolhidos através
de uma diversidade de instrumentos. É uma abordagem que normalmente se diz
baseada no pensamento criterial. O seu principal problema reside precisamente
na definição de critérios que traduzam o que é verdadeiramente relevante para o
que supostamente se pretende avaliar. Esta é, no entanto, a abordagem mais
difundida e mais enraizada.
Os professores
devem assumir a grande responsabilidade na definição dos critérios de
avaliação, dado o seu papel ativo ao longo do processo de ensino-aprendizagem.
Assim, o combate ao trabalho individual, isolado e solitário do professor deve
ser posto para trás, uma vez que a formulação de critérios de avaliação exige a
colaboração, o trabalho cooperativo, a discussão e a problematização.
Os critérios de
avaliação usados pelos professores devem concordar com os apresentados (para os
próprios professores e para os alunos), devendo ser garantida a coincidência
entre aquilo que é ensinado e aquilo que é deveras avaliado.
Referências bibliográficas:
DE KETELE, J.‐M. (2006). Caminhos para a avaliação de
competências. Revista Portuguesa de Pedagogia. 40(3). 135‐147.
FERNANDES, D. (2011). Avaliar para melhorar as aprendizagens: Análise e
discussão de algumas questões essenciais. In I. Fialho e H. Salgueiro (Eds.),
Turma Mais e sucesso escolar: Contributos teóricos e práticos, pp. 81107.
Évora: Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de
Évora.
PINTO, J. & SANTOS, L. (2006). A avaliação numa perspectiva
formativa. In J. Pinto & L. Santos, Modelos de Avaliação das
Aprendizagens (pp. 97‐128). Lisboa: Universidade Aberta.
Proposta de atividade no âmbito da Língua Portuguesa, destinada a facilitar as aprendizagens de alunos com Dislexia
O planeamento de aula que se apresenta incide
na área do Português e baseia-se na história “O senhor do seu nariz”, do livro
“O Senhor do seu Nariz e outras histórias” de Álvaro de Magalhães.
À primeira vista, e ao olhar para a capa do
livro, poder-nos-emos lembrar da famosíssima história do Pinóquio. Mas não, “O
senhor do seu nariz”, um dos cinco contos deste livro, apresenta a história de
um rapaz condenado a carregar desde a nascença um nariz do tamanho de um
chouriço e que, aos poucos, transforma o seu insucesso em algo incrível. "A vida deste rapaz vai dar para o
torto." foi o que disse a fada quando ele nasceu. E foi mesmo isso que
aconteceu. Ao longo da história, os alunos são confrontados com as vantagens e
desvantagens que essa diferença pode trazer. Ser diferente não era para ele
nada fácil, mas, ainda assim, este rapaz encarava as dificuldades com coragem e
positivismo - "A minha vida estava
mesmo a dar para o torto. (...) Mas eu não me queixava. E não desistia nem
desanimava." E foi pensando desta forma que foi crescendo, não só ele
mas também o seu enorme nariz. A certa altura, o seu nariz acabou por ajudá-lo
a melhorar a sua vida e a vida de toda aquela aldeia.
Com a exploração deste conto, pretende-se que
os alunos não só olhem para as diferenças como algo positivo, mas também que
deixem crescer a sua imaginação e criem histórias semelhantes, únicas e divertidas.
As atividades que foram planeadas respeitam as
metas curriculares e têm os seguintes objetivos: “ler e ouvir textos
literários, compreender o essencial dos textos escutados e lidos, ler para
apreciar textos, dizer e escrever em termos pessoais e criativos, relacionar os
textos com conhecimentos anteriores e compreendê-los, desenvolver o
conhecimento da ortografia e desenvolver a escrita” (Ministério da Educação,
2015). Os domínios a trabalhar serão essencialmente os da oralidade, leitura e
escrita. Para tal ter-se-á em conta os seguintes descritores de desempenho: “ler
todas as palavras monossilábicas, dissilábicas e trissilábicas regulares e,
salvo raras exceções, todas as palavras irregulares encontradas nos textos; ler
um texto com articulação e entoação corretas; escrever pequenas textos,
incluindo os seus elementos constituintes: quem, quando, onde, o quê, como; introduzir
diálogos em textos narrativos; verificar se o texto contém as ideias
previamente definidas; verificar a adequação do vocabulário usado; identificar
e corrigir os erros de ortografia que o texto contenha; recontar os textos
lidos; responder, oralmente e por escrito, de forma completa, a questões sobre
os textos; praticar a leitura silenciosa” (Ministério da Educação, 2015).
Importa
referir que o planeamento apresentado será sustentado pelos princípios da
inclusão, onde a planificação e implementação de estratégias tencionam
responder à diversidade e às características dos alunos, sobretudo, de alunos
com Necessidades Educativas Especiais. A perspetiva da Escola Inclusiva é
promover uma escola de sucesso para todos ao encarar os alunos como todos diferentes,
necessitados de uma pedagogia diferenciada (Perrenoud, 1996 citado por
Rodrigues, 2006) e cumprindo o direito à plena participação de todos na escola
regular. (Rodrigues, 2006).
Planeamento:
Numa primeira etapa, o professor explora o livro
com os alunos relativamente à capa e contracapa (título, autor, ilustrador e
respetivas ilustrações). Posteriormente, o professor questiona os alunos quanto
ao possível conteúdo da história e face à “chuva de ideias” são registadas
frases curtas no quadro, para que depois da leitura se possa fazer uma
comparação com o verdadeiro desenvolvimento. Segundo Antunes (2012), os
professores devem recorrer a várias estratégias que auxiliem os alunos com
dislexia. Neste sentido, o autor refere que “Poderão ser dadas pistas que
indiquem para onde vai o texto, através, por exemplo, de conversa sobre a capa
ou as ilustrações, ou parando a leitura e perguntando o que se imagina que vai
suceder a seguir.” (p. 67).
Numa segunda etapa, é realizada a leitura da
história com o suporte visual (projeção da história). De acordo com Orton
(1937), citado por Hennigh (2003), para ajudar uma criança com Dislexia, o
professor deve tentar desenvolver métodos de ensino-aprendizagem
multissensoriais (os olhos, os ouvidos, etc.).
A primeira leitura é feita pelo professor, que
vai fazendo pausas durante a leitura, questionando os alunos quanto ao
desenvolvimento da história. Tal como refere Hennigh (2003), “(…) os
professores e os alunos devem permitir que os seus padrões de leitura corretos
sirvam de modelo à criança com dislexia (…)” (p. 35).
Terminada a leitura é feita a análise da “chuva
de ideias” face ao conteúdo da história. Segue-se depois uma segunda leitura do
texto, individual e em voz baixa. No trabalho individual, cada aluno circunda
as palavras desconhecidas, com casos de leitura ou letras/sons mais complexos
(de acordo com as necessidades de cada aluno). A aluna que apresenta NEE
beneficia do apoio do professor, que acompanha a sua leitura e a ajuda a ler e
sublinhar as palavras desconhecidas/ complexas.
Após a leitura, a terceira etapa é a análise de
palavras, elaborando-se listas de palavras ou recorrendo-se à utilização do
dicionário. Hennigh (2003) afirma que o professor pode encontrar outras formas
de incentivar a criança disléxica a participar na aprendizagem, nomeadamente
recorrendo ao uso do dicionário para descobrir o significado das palavras que
desconhece, desenvolvendo a iniciativa do aluno.
No caso da aluna com NEE, o professor auxilia-a
neste trabalho e, mais tarde, ser-lhe-á pedido que escreva uma frase para cada
palavra desconhecida, para que a mesma possa consolidar esta aprendizagem e
encontre mecanismos para memorizar as palavras em questão.
Já num outro momento (outra aula), o professor volta
a mostrar as imagens do livro para que os alunos se lembrem do conteúdo da
história. De seguida, o professor forma pares, tendo o cuidado de deixar a
aluna com NEE com um colega que possa fazer um género de tutoria, alguém que
tenha mais fluência na leitura e escrita e com quem a aluna tenha uma boa
relação. É solicitado aos alunos que façam o reconto escrito da história que
ouviram no dia anterior. “Para o aluno com dislexia, muitos são os benefícios
que podem ocorrer no ensino através do recurso aos pares.” (Hennigh, 2003, p.64).
Sendo a área do Português a área onde esta
aluna revela mais dificuldades, e de forma a promover a sua autoestima, o
professor deve elogiar constantemente as suas conquistas dando-lhe os parabéns,
sempre que possível, pelo trabalho desenvolvido. O incentivo e o feedback
positivo do professor podem traduzir-se em grandes vitórias.
Relativamente a outras
adequações, é de salientar que, quanto aos enunciados/textos apresentados à
aluna com dislexia teríamos em atenção o tipo de letra utilizado, sendo o mais
simples possível, sem curvas ou outros efeitos. A utilização de negrito em
palavras fundamentais para a compreensão do enunciado seria também uma
estratégia que utilizaríamos, pois ajudaria a aluna a ter sucesso nas tarefas a
realizar. Os enunciados seriam curtos e claros. Quanto às instruções estas
seriam explícitas e sempre que necessário seria importante questionar a aluna
sobre o que esta entendeu acerca do que lhe foi pedido.
E ainda
sugestões:
A história “O senhor do seu nariz” e as
atividades propostas no âmbito da área do Português poderão ser o ponto de
partida para outras atividades nas restantes áreas, de forma a promover a interdisciplinaridade
e o envolvimento dos alunos no mundo mágico da fantasia, da diferença e da aprendizagem.
Exemplo disso seria a ilustração dos recontos.
Como forma de respeitar as características e
necessidades dos alunos, nomeadamente da aluna com NEE, o trabalho de grupo
seria uma estratégia a implementar. A formação de grupos heterogéneos é uma
forma de desenvolver interações positivas entre os alunos que aprendem em
conjunto.
Também seria importante recorrer ao uso das
Tecnologias de Informação e Comunicação, pois estas são sem dúvida um enorme contributo na educação, nomeadamente de alunos
com NEE. As TIC possibilitam a utilização de novas estratégias de
ensino-aprendizagem, potenciando as capacidades de cada um e indo ao encontro
das características e necessidades individuais.
“O
professor desempenha um papel importante na criação de ambientes educacionais
positivos e enriquecedores.” (Correia, 2013, p. 96).
Referências
bibliográficas de apoio
Antunes, N. L. (2012) Mal-entendidos - Da hiperactividade à
Síndrome de Asperger, da dislexia às perturbações do sono. As respostas que
procura. (6ª ed.) Lisboa: Verso da Kapa.
Correia, L. M. (2013). Inclusão
e necessidades educativas especiais: Um guia para educadores e professores.
Porto: Porto Editora.
Cruz, V. (1999). Dificuldades de aprendizagem. Fundamentos. Porto: Porto Editora.
Duarte, J.
M. (2009). A Multimédia na dislexia. Porto: Faculdade de Engenharia da Universidade
do Porto.
Hennigh, K.A. (2003). Compreender a dislexia: Um guia para pais e
professores. Porto: Porto Editora.
Ministério da Educação (2015). Programa
e metas curriculares de Português do Ensino Básico. Lisboa: Ministério da
Educação.
Rodrigues, D. (2006). Educação inclusiva. Estamos a fazer
progressos? Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana Edições.
Selikowitz, M. (1998). Dislexia - Os factos. Lisboa: Texto
Editora.
A propósito de Ensinar...
Ensinar é a ação especializada de promover
intencionalmente a aprendizagem de alguma coisa por outros. Comummente esta
designação é utilizada com o propósito de significar “transmitir” algo de novo,
de transferir conhecimentos de um ser para outro ou outros indivíduos. Mais, vocábulo ensinar
é sinónimo de traduzir, expor, apresentar e é fundamental no contexto escolar. Ensinar implica uma determinada ação
que visa determinados objetivos e metas a alcançar. (ROLDÃO, 2009).
De evidenciar, a relação entre
estratégia/currículo e estratégia/ensino. O ensino visa procurar encontrar a
melhor e mais eficaz via para os aprendentes compreenderem e adquirirem os
conhecimentos pretendidos.
A ação de ensinar pretende ser uma ação
estratégica finalizada, orientada e regulada. Planear ações de ensinar
eficazes, implica assumir uma postura estratégica, ou seja, conceber um
percurso orientado para a melhor forma de atingir uma finalidade pretendida. A ação
de ensinar deve ser como uma ação estratégica centrada na melhoria das
aprendizagens.
Ao professor cabe orientar a sua
ação de ensinar, para a ação curricular, pedagógica e didática, utilizando o
próprio conhecimento disponível para orientar, conceber e fundamentar a sua
ação de ensinar. Para que a aprendizagem seja feita eficazmente, há todo um
processo que vai desde a planificação até à avaliação. Neste processo o mais
importante é a definição de estratégias adequadas a todos os alunos, respeitando
as características dos referidos.
De
facto existem alguns conceitos de extrema importância quando pensamos no agir
do professor: ensinar, aprendizagem, estratégia, currículo, entre outros.
Referências
bibliográficas :
Roldão, Mª do Céu (2009) Estratégias
de Ensino - O saber e o
agir do professor. Lisboa: Fundação Manuel Leão.
A Dislexia – um tema a ter em consideração pelos professores
É
comum ouvirmos nas nossas escolas falar de Dislexia e classificar como
disléxicos um número cada vez mais relevante de crianças. A palavra dislexia
aparece cada vez mais no nosso vocabulário, uma vez que estamos mais recetivos
em tentar compreender o que se passa à nossa volta.
Porém,
este termo é muitas vezes utilizado de forma incorreta, não lhe sendo atribuído
um significado específico e para muitos uma criança disléxica é apenas aquela
que escreve com bastantes erros ortográficos.
O
termo Dislexia foi usado pela primeira vez em 1887 para descrever uma
dificuldade isolada na leitura. Hoje em dia, é designada como dificuldade na
leitura e na escrita ou dificuldade de aprendizagem específica. Há termos
gregos semelhantes para designar outras formas de dificuldade de aprendizagem
específica sendo, disortografia (dificuldade específica na ortografia);
disgrafia (dificuldade específica na escrita) e discalculia (dificuldade
específica na aritmética) (Selikowitz, 1998).
A
Dislexia compreende um grupo de perturbações. Algumas destas perturbações têm
tendência para aparecerem juntas, nas crianças. Problemas de ortografia
fazem-se acompanhar por problemas de leitura e dificuldades na aritmética
acompanham dificuldades de linguagem, no entanto, podem ocorrer outras combinações.
A
Dislexia foi definida por alguns autores como a incapacidade de processar os
símbolos da linguagem ou ainda como uma dificuldade na aprendizagem da leitura,
com repercussão na escrita, devido a causas congénitas, neurológicas ou, na
maioria dos casos, devido à imaturidade cerebral.
Em
1994, o DSM IV inclui a Dislexia como sendo uma das perturbações de
aprendizagem e utiliza a denominação de “Perturbação da Leitura e da Escrita”.
Em
1996, o Instituto Nacional de Saúde e Desenvolvimento define a Dislexia como
“uma desordem que se manifesta pela dificuldade em aprender a ler, sem que tal
esteja relacionado com instrução convencional, adequação intelectual e
oportunidades socioculturais”.
Mais
tarde, em 2003, a Associação Internacional de Dislexia adotou a seguinte
definição: “Dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem
neurobiológica. É caracterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na
leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades
resultam de um Défice Fonológico, inesperado, em relação às outras capacidades
cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir dificuldades
de compreensão leitora, experiência de leitura reduzida que pode impedir o
desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais”.
Atualmente
esta ainda é a definição mais utilizada na comunidade científica.
De
acordo com Cruz (1999), “a dislexia é considerada como uma perturbação da
linguagem que se manifesta na dificuldade de aprendizagem da leitura e da
escrita” (p. 34). Ou seja, repercute-se na dificuldade na distinção ou
memorização de letras ou grupo de letras e de problemas de ordenação, ritmo e
estruturação das frases.
Na
perspetiva de Serra (2008), Dislexia representa uma “dificuldade da fala ou
dicção”. Todavia muitos são os autores que associam ainda a dificuldade na
aprendizagem da leitura.
Heinnigh
(2003), citando a Associação Mundial de Neurologia, (1968), refere que a dislexia
é “uma desordem, que se manifesta pela dificuldade em aprender a ler, apesar da
escolarização convencional, do funcionamento intelectual adequado e das
oportunidades socioculturais. Depende de deficiências cognitivas fundamentais,
frequentemente de origem física” (p. 16).
Quando
existe este tipo de diagnóstico, é essencial que as crianças beneficiem de
adequações no processo de ensino-aprendizagem, para que se promova um ensino de
qualidade, que contribua para o seu desenvolvimento e qualidade de vida.
Segundo Antunes (2012), os alunos “com Dislexia sobem a ladeira da aprendizagem
com um saco de pedras às costas, é natural por isso que se cansem e desanimem,
com consequências óbvias na autoimagem. Com o tempo, sentimentos de
desvalorização e depressão são frequentes.” (p. 54).
Referências
bibliográficas de apoio
Antunes, N. L. (2012) Mal-entendidos - Da hiperactividade à Síndrome de Asperger, da dislexia
às perturbações do sono. As respostas que procura. (6ª ed.) Lisboa: Verso
da Kapa.
Cruz, V. (1999). Dificuldades de aprendizagem. Fundamentos. Porto: Porto Editora.
Hennigh, K.A. (2003). Compreender a dislexia: Um guia para pais e professores. Porto:
Porto Editora.
Ministério da Educação (2015). Programa e
metas curriculares de Português do Ensino Básico. Lisboa: Ministério da
Educação.
Selikowitz, M. (1998). Dislexia - Os factos. Lisboa: Texto
Editora.
Serra, H. (2008). Estudos em necessidades educativas especiais,
domínio cognitivo. Colecção
Biblioteca do Professor. 1ª Edição. Porto: Editora Gailivro.
A utilização do vídeo em contexto pedagógico
A
revolução tecnológica que teve lugar na segunda metade do século XX alterou
profundamente a forma como concebemos o mundo, nos movemos no espaço e comunicamos
enquanto seres sociais. Foi numa sociedade altamente tecnológica que nasceram
os nossos alunos, os chamados millennials,
e é esse um dos grandes desafios colocados ao sistema educativo do século XXI.
Em contexto escolar, o recurso ao vídeo,
que simultaneamente estimula a visão e a leitura / audição, facilita novas
dinâmicas em contexto escolar e em sala de aula. Enquanto ferramenta de
ensino-aprendizagem, o vídeo serve propósitos com diferentes graus de
formalidade permitindo o contacto com diferentes realidades, a exploração de
conceitos, a apresentação de diferentes mundos através de um método com grande
receptividade pelos alunos.
Aos professores destas novas gerações
que foram apresentadas aos familiares através de fotografias no Facebook cabe saber integrar, cada vez
mais, o vídeo em sala de aula como ferramenta de aprendizagem, sobejamente mais
útil do que enquanto instrumento lúdico-didáctico. Assim, o professor poderá suportar-se
de vídeos didáticos (documentários) e de vídeos educativos (realizados sem um objetivo
educativo, mas que podem servir esse fim). Neste contexto, o vídeo pode ser entendido
pelo professor como um objeto de estudo ou
como um recurso pedagógico que serve
determinados objetivos educativos.
Figura 1. Diferentes usos didáticos do
vídeo
Fonte: adaptado a partir de Moreia
e Nejmeddine (2015).
Referências Bibliográficas:
Moreia, J. A., e Nejmeddine,
F. (2015). O Vídeo como Dispositivo Pedagógico e Possibilidades de
Utilização Didática em Ambientes de Aprendizagem Flexíveis. Coleção de Estudos
Pedagógicos. Número Extra. WhiteBooks: Santo Tirso.
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