O professor,
realmente, não podem continuar a ser "marionetas" das forças
exteriores. Naquilo que lhe é permitido e no espaço que lhe é fornecido, deverá
ser capaz de apostar em si próprio, assumindo-se como gestor do seu trabalho na
sala de aula.
Os professores,
com menos tempo de serviços e de formações académicas mais recentes, com mais
formação pedagógica, com acesso a recursos que outrora não
existiam, acabam por, de facto, cair na rotina de trabalhar um pouco com
os colegas da rotulada “velha guarda". Esta problemática foi focada por
Zabala (1994). Penso que alguma falha é dos próprios professores e da sua residual
autoconfiança que, em virtude de terem pouca experiência, acabam por fazer o
seu trabalho muito por "observação" ou "aconselhamento" de
colegas mais experientes. Isto não quer dizer que os métodos e práticas de trabalho
de uns ou de outros sejam melhores ou piores. São diferentes.
No texto de
Zabala são fornecidas as principais características de uma planificação, dadas
sugestões sobre alguns aspetos formais a ter em consideração aquando da sua
elaboração, e também de como a planificação pode ser avaliada, sendo certo que
não fórmulas repetidas, como se de uma receita gastronómica se tratasse.
Em suma, creio
que elaborar um plano é tão importante quanto o é ser-se capaz de o
abandonar. Uma aula deve acontecer, ser viva e dinâmica, onde a complexidade
de interrelações humanas, a diversidade de interesses e características dos
alunos não pretenda ser um decalque do que está no papel. Isto não significa
que se despegue do fio condutor existente na planificação. Significa, antes, é
que ele não pode ser rígido, mas sim flexível ao ponto de permitir ao professor
inserir novos elementos, mudar de rumo, se assim o exigirem as necessidades
e/ou os interesses do momento, como que se de uma pedagogia do momento fosse.
Reflexão a propósito
da leitura do texto de Miguel Zabala (1994) "A escola como cenário de
operações didácticas", in "Teoria
e desenvolvimento curricular - A escola como cenário de operações didácticas
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