segunda-feira, 30 de maio de 2016

domingo, 15 de maio de 2016

A potencialidade didática da imagem (fixa e fílmica)


A imagem proporciona a visualização e a construção mental consciente do que é por si representado, desta forma constitui, por si, um recurso elementar no processo de ensino-aprendizagem, tanto de História e Geografia de Portugal como de Português. Assim, dever-se-á extrair o proveito máximo da mensagem icónica, ou seja, das imagens, que podem ser em desenho, em fotografia, em pintura, em escultura ou em vídeo/filme. Uma vez “usada convenientemente, a imagem permite a abordagem de conteúdos de forma apelativa, estimulando a cooperação, possibilitando assim uma melhor compreensão, facilitando a aquisição de conhecimentos.” (Lencastre & Chaves, 2003)


Contudo, ler e analisar imagens não é uma atividade simples, como criteriosamente um professor sabe e reconhece. Portanto, passa pelo docente elaborar estratégias de forma a fazer “chegar” aos alunos os melhores e sapientes resultados do uso e da observação das imagens. O professor deve selecionar a imagem de acordo com os objetivos da sua disciplina e conteúdo a lecionar e em consonância com a faixa etária e o nível de ensino dos alunos. Relembre-se Lencastre & Chaves (2003), pois “é importante … que no ensino pela imagem esta deverá ser associada ao que o aluno já conhece no momento da aquisição, ou seja, para que uma informação ganhe sentido e possa ser factor de aprendizagem deve integrar-se no que o aluno já sabe sobre o assunto. Só assim é reconhecido o papel da imagem no ato ensino/aprendizagem.”





O recurso à imagem (fixa ou fílmica), em contexto escolar, proporciona a aquisição de competências, fomentando o diálogo, a colaboração, o pensamento crítico, a reflexão e a construção do conceito de estética. Mais, sem dúvida, acrescente-se que este recurso permite, por parte do professor, reinventar as suas práticas pedagógicas.



Lencastre, J. A., & Chaves, J. H. (2003). Ensinar pela imagem. Revista Galego-Portuguesa de Psicopedagoxía e Educación. N 8 (Vol. 10) Ano 7, pp. 2100-2105.

Nossa Língua, Nosso Tesouro








O professor, realmente, não podem continuar a ser "marionetas" das forças exteriores. Naquilo que lhe é permitido e no espaço que lhe é fornecido, deverá ser capaz de apostar em si próprio, assumindo-se como gestor do seu trabalho na sala de aula. 
Os professores, com menos tempo de serviços e de formações académicas mais recentes, com mais formação pedagógica, com acesso a recursos que outrora não existiam, acabam por, de facto, cair na rotina de trabalhar um pouco com os colegas da rotulada “velha guarda". Esta problemática foi focada por Zabala (1994). Penso que alguma falha é dos próprios professores e da sua residual autoconfiança que, em virtude de terem pouca experiência, acabam por fazer o seu trabalho muito por "observação" ou "aconselhamento" de colegas mais experientes. Isto não quer dizer que os métodos e práticas de trabalho de uns ou de outros sejam melhores ou piores. São diferentes. 

No texto de Zabala são fornecidas as principais características de uma planificação, dadas sugestões sobre alguns aspetos formais a ter em consideração aquando da sua elaboração, e também de como a planificação pode ser avaliada, sendo certo que não fórmulas repetidas, como se de uma receita gastronómica se tratasse. 

Em suma, creio que elaborar um plano é tão importante quanto o é  ser-se capaz de o abandonar. Uma aula deve acontecer, ser viva e dinâmica, onde a complexidade de interrelações humanas, a diversidade de interesses e características dos alunos não pretenda ser um decalque do que está no papel. Isto não significa que se despegue do fio condutor existente na planificação. Significa, antes, é que ele não pode ser rígido, mas sim flexível ao ponto de permitir ao professor inserir novos elementos, mudar de rumo, se assim o exigirem as necessidades e/ou os interesses do momento, como que se de uma pedagogia do momento fosse.


Reflexão a propósito da leitura do texto de Miguel Zabala (1994) "A escola como cenário de operações didácticas", in "Teoria e desenvolvimento curricular - A escola como cenário de operações didácticas